Leituras do Ano: “Histórias Extraordinárias” finalizado

Blog Vitamina L veicula entrevista com autor de HQV
27 de julho de 2016
Leituras do Ano: lista atualizada
1 de agosto de 2016
Mostre tudo

Acabo de terminar o nono livro lido em 2016: “Histórias Extraordinárias” (Nova Fronteira), de Edgar Allan Poe, com tradução e adaptação de Clarice Lispector.

Esta foi a primeira obra de Poe, um dos mais importantes autores do mundo em todos os tempos, que li. Mais uma indicação do meu consultor editorial, mestre Paulo Tedesco.

E por falar em mestre, não é à toa que Edgar Allan Poe figura na lista dos mitos da Literatura.

Para quem gosta de terror, “Histórias Extraordinárias” é leitura obrigatória. Uma verdadeira aula sobre como um conto perfeito do gênero tem o incrível poder de sufocar o leitor e causar nele a impressão devastadora que o autor certamente esperava causar.

As histórias de Poe, escritas ainda no século XIX, são impressionantes. Em todos os sentidos. Aliás, não haveria título mais apropriado para esta obra que não fosse “Histórias Extraordinárias”.

A edição traduzida por Clarice Lispector reúne 18 contos – um mais aterrorizante que o outro, eu garanto. E, na minha modesta opinião, embora eu tenha gostado demais de 13 deles, um, em especial, foi arrebatador: O caso do Valdemar.

Num resumo rápido, o conto é narrado por um cidadão místico, adepto da hipnose. Ele resolve “magnetizar” um conhecido que está à beira da morte, doente. E o que se lê daí em diante é um enfrentamento assustador entre “A Infalível”, o narrador e o moribundo.

O texto é tão envolvente que o leitor se sente presente nas cenas descritas. E é de tal maneira tão forte que o desfecho surpreendente chega a causar certa repulsa. Conto de mestre mesmo!

“Histórias Extraordinárias” também contém os clássicos O gato preto, cujo bichano caolho ilustra a capa da obra, e Os crimes da Rua Morgue, considerada a mãe das histórias de detetive que ganhariam o mundo tempos depois pelas não menos hábeis mãos de Arthur Conan Doyle – e seu Sherlock Holmes – e Agatha Christie.

Tenho de admitir que não sou fã de histórias de terror. Mas não posso negar que “Histórias Extraordinárias” entrou para o rol dos melhores livros que já li até hoje, indiscutivelmente. Isso sem falar dos efeitos práticos que o estilo literário de Poe causou na minha produção autoral, algo já perceptível em alguns contos inéditos que produzi nas últimas semanas. Mas isso fica para um próximo post.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *