Leituras do Ano: mudança de planos, e “Contos da Mais-Valia e Outras Taxas” finalizado

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Acabo de terminar o décimo livro lido em 2016. E, ao contrário do que publiquei aqui no blog no último post da lista atualizada da seção “Leituras do Ano”, não li “O Aleph“, de Borges.

Mudei os planos em virtude da evolução das aulas de escrita criativa do professor Paulo Tedesco. E é de autoria do próprio mestre o livro que tomou a vez da obra de Jorge Luis Borges na minha relação de obras concluídas neste ano.

Finalizei na última quarta-feira 17 a leitura de “Contos da Mais-Valia e Outras Taxas” (Dublinense; 2010), uma compilação de 17 contos cuja temática é o universo do trabalho.

Dividida em três seções – Comissionados, Pró-Laboreados e Assalariados – a obra é mesmo muito interessante e curiosa.

Quem conhece Tedesco identifica traços sua personalidade em quase todas as histórias. Muitas delas são bem-humoradas e inteligentes; outras, tocantes; todas são surpreendentes.

Quando Paulo me recomendou ler seu “Contos da Mais-Valia“, disse-me que eu veria (ou leria) na prática muitos dos importantes ensinamentos que ele tem me transmitido em nossas aulas de escrita criativa. Ele tinha razão.

E, ainda que eu não saiba se ele concorda comigo, mais legal do que isso foi ter identificado em alguns dos seus contos elementos, sacadas, saídas, passagens e alguns dos recursos de escrita que usei – antes de conhecê-lo e à sua obra, registre-se – no meu Histórias (Quase) Verídicas. Isso é motivo de orgulho para mim!

Inclusive, há um conto no livro de Tedesco, chamado “Milagre Superlimps”, que me fez lembrar, e muito, do meu “O Relógio” – disponível no Wattpad. Isso sem falar da verossimilhança cirúrgica do autor ao citar, nesta história, o difamado modelo de pirâmide financeira adotado por algumas empresas.

Pode parecer óbvio e até piegas que eu recomende “Contos da Mais Valia“. Mas, de fato, além de sua leitura ter sido um belíssimo exercício para minhas aulas de escrita criativa, o livro do mestre e amigo Paulo Tedesco tem a capacidade ímpar de transformar um tema pouco usual na ficção, até chato à primeira impressão, em agradável e inteligente reflexão sobre os rumos das relações humanas – dentro e fora do mercado de trabalho.

Valeu, professor!

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