Leituras do Ano: “A Volta do Parafuso” finalizado

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Leituras do Ano: “A Volta do Parafuso” finalizado

Terminei ontem meu oitavo livro em 2016: ” A Volta do Parafuso” (Editora Landmark), de Henry James (foto abaixo), na versão bilíngue – The Turn of the Screw -, com tradução e notas de Francisco Carlos Lopes.

Indicação do mestre Paulo Tedesco, meu consultor editorial, a obra foi originalmente publicada em 1898 e integra a lista dos grandes clássicos da Literatura mundial. Não à toa.

Trata-se de um baita thriller. Menos “sinistra e peçonhenta”, como chega a afirmar o tradutor no prefácio, mas, inegavelmente, uma história daquelas que mantém o nível de tensão sempre nas alturas e instiga o leitor a devorá-lo numa única tacada. Especialmente pelas surpresas e ambiguidades que transbordam das páginas do livro.

Aliás, a ambiguidade é a grande marca de Henry James em “A Volta do Parafuso”. A ponto de o autor transferir para o leitor, em quase toda a obra, a plena responsabilidade pela interpretação dos fatos descritos.

Resumidamente, o livro conta a história de uma jovem preceptora que abdica da própria vida para cuidar de duas crianças numa antiga mansão no interior da Inglaterra. As crianças – um casal – são sobrinhas de um homem rico, sedutor, responsável pela contratação da educadora.

O que a preceptora descobre ao chegar a seu destino é que a mansão é assombrada pelos fantasmas de dois ex-funcionários – também um casal. E é sob este prisma que toda a trama se desenrola.

A maestria de Henry James aparece justamente na forma como ele conduz a narrativa. A ambiguidade do autor chega a tal ponto que o leitor, mesmo o mais atento, tateia na sombra da dúvida o tempo todo.

Afinal, os fantasmas realmente existiam? Tratava-se de um caso de possessão das crianças? Ou seria apenas delírio provocado por uma explícita – e proibida – paixão reprimida de uma jovem inexperiente que se deixou seduzir pelo patrão inatingível? A relação entre a preceptora e o garoto a quem ela educava era de pedofilia? Só por essas perguntas você já pode imaginar o que vem pela frente ao iniciar a leitura da obra.

Vale ressaltar que, embora curto, “A Volta do Parafuso” não é um conto. Como bem aponta o tradutor Francisco Carlos Lopes no prefácio, a obra “enquadra-se bem no gênero novela, em que Henry James foi particularmente bem-sucedido, constituindo um paradigma desse formato ‘curto demais para ser um romance e longo demais para ser um conto’.”

Como não pretendo, neste blog, resenhar ou criticar livros, permito-me apenas recomendar a leitura àqueles que curtem um bom suspense. Vale muito a pena!

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